Olá! E bem-vindos a uma nova versão do Já a Seguir, em domínio próprio, com um site que, para já, está exageradamente simples — é propositado.

Durante os últimos meses tenho escrito mais, e esses textos irão sair aqui, ao longo dos próximos dias e semanas. Devem reparar que isto ainda está um bocado limpo: não há grandes logotipos, o tema é o pré-definido do WordPress. Tudo isso irá ser construído ao longo do tempo. A forma há-de chegar, mas primeiro deve existir uma função — ou um motivo.

E também virão para aqui alguns textos seleccionados que escrevi antes, seja na versão deste blog que esteve no SAPO, sejam outros textos (e outros conteúdos) perdidos no éter ao longo de 17 anos de blogs.

Porquê assim, porquê agora?

Primeiro, porque o Twitter (e muito dificilmente lhe irei chamar outra coisa que não Twitter)1, simplesmente, se tornou completamente inutilizável. Entre o ragebait, que já era premiado pela selecção algorítmica, o peso que é dado à “verificação” (que não é verificação nenhuma, é um selo de que se está a pagar para aparecer), a falta de moderação e de ferramentas para moderar os conteúdos violentos, e a hipocrisia do seu dono em relação à liberdade de expressão, o Twitter tornou-se um antro comparável às caixas de comentários dos jornais, em que também despejam no teclado qualquer ideia destrutiva.

Os críticos podem dizer que o Twitter “sempre foi tóxico”, eu discordo. Era uma rede social em que se conseguia muito mais facilmente expor as tretas (leia-se: bullshit) das pessoas, das empresas, das marcas. Dependia era da forma, mais ou menos cáustica, como se dissecava cada situação. Até podia ser um livro de reclamações, mas a forma como se lidava com essas reclamações, que podiam ser mais ou menos justas, também dependia do poder de encaixe de cada um. Poucos caracteres sempre dificultaram (não impossibilitaram) algum construtivismo, mas agora a plataforma parece estar presa num ciclo de contas que promovem o ódio, que são gozadas por outras contas que defendem o oposto mas que, assim, partilham e fazem crescer o ódio. Aliás, o problema já estava identificado, internamente, desde 2021. Mas insiste-se.

E sim, é por isso que os links de social media do boletim dos Óscares incluem o Mastodon, o Threads e o Bluesky — não sei qual irei utilizar mais, parecem-me todas opções válidas. O caminho vai passar por uma descentralização do social media. E é pelos mesmos motivos que a newsletter no Substack (abandonada há um ano, é certo, mas mesmo assim) será desactivada. Fazer dinheiro com promoção do ódio é uma linha vermelha que eu tenho, mas que o Substack não tem.

E isso leva-me ao segundo motivo: preciso de um local que seja “o” meu sítio, “o” sítio central de onde saiam todos os projectos que faço. Não, não estou a dizer que vou ter um servidor Mastodon aqui… para já. Não há infraestrutura para isso. Mas estar incrivelmente dependente de um site (e isso inclui todos os locais onde publicamos textos, fotos, vídeos) sobre o qual não temos controlo é um erro.

Terceiro motivo: porque nunca há um momento ideal para lançar isto. Seja porque a vida se mete no meio, seja porque o calendário não é útil, seja porque caiu o rádio em cima do dedo do pé e agora dói. A avaliação de um momento útil também coloca outras questões: o que é que é preciso? E o que é preciso, mais do que forma, é função. A forma há-de chegar. Por agora, é o tema básico do

Em quarto: porque o que tenho feito de forma mais regular (a Epopeia, rubrica da RDP Internacional — disponível onde quer que ouçam os vossos podcasts, na RTP Play e todas as quintas-feiras, às 10:40, em directo), que irá atingir as 200 emissões na próxima quinta-feira, e sendo uma experiência muito interessante, limita-me em tempo e em tópico. Tem sido incrível promover, aprender e falar sobre aquilo que fazemos por cá e não é menos incrível ver o ponto em que estávamos em 2019 e o desenvolvimento no audiovisual nacional que houve desde então. Mas quero fazer mais, e quero fazer mais cá para dentro, para o país.

Por todos estes motivos, sejam bem-vindos. Mas começamos já com o anual Boletim dos Óscares, uma folha de cálculo que costumo fazer com todos os links para ver os filmes nomeados, seja no cinema ou em casa.

E já sabem: mantenham-se hidratados.

  1. A minha previsão: O actual proprietário brinca com aquilo até se fartar da brincadeira, ou até se fartar de não o conseguir monetizar. Ou implode, ou é vendido. ↩︎

Um comentário a “Bem-vindos ao Já a Seguir. Outra vez.”

  1. […] serve para lançar uma nova versão do Já a Seguir — que, para já, tem este post e outro a explicar o porquê da […]

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